Como um dos gestos concretos da Campanha da Fraternidade 2018, cujo tema é "Fraternidade e superação da violência", passamos a publicar alguns artigos do Capitão PM Rafael Cambuí, Comandante da Polícia Militar de Paulínia.
Estes artigos visam trazer mensagens de esperança e dicas para que possamos ajudar na superação da violência, sendo que estes, são de responsabilidade do autor, não necessariamente refletindo a opinião da Igreja.
Como cidadãos, devemos ser protagonistas da Paz, à exemplo de Cristo!
Suicídios
Temos registrado alguns casos de suicídio em nossa cidade e no segundo semestre essa prática costuma aumentar.
Em que pese a prática do suicídio não constituir crime, nós que temos por finalidade cuidar de pessoas e cumprir a lei, lamentamos todos os tipos de perda de vidas, inclusive a daqueles que resolvem terminar sua própria existência.
Certo que estamos em um período de crise, pessoas estão sem empregos e aqueles que estão empregados estão passando por dificuldades para poder manter seus orçamentos equilibrados. Entendo que muitas famílias se desestruturam com essa situação, desencadeando em discussões, separações, entre tantos outros graves dilemas pessoais, todavia, entendo que nada pode justificar a interrupção de uma vida.
É claro que não posso utilizar esse espaço para professar uma religião, mas particularmente, eu acredito em um Ente Criador do Universo, e por essa razão fico muito triste ao ver vidas desperdiçadas.
Ainda que as pessoas não acreditem em uma religiosidade, provavelmente acreditam na instituição familiar, abrigo de todos e que vem sofrendo diariamente ataques de todas as partes. A falta do convívio familiar pode provocar o isolamento das pessoas, e consequentemente a falta de diálogo que pode resultar até mesmo em suicídio.
Procure seus familiares, procure seus amigos, procure entidades que possam ajudar a sair de uma situação angustiante. Como Policial Militar, já testemunhei muitas pessoas perdendo suas vidas, pessoas que queriam continuar vivas mas que foram feridas em um acidente de trânsito ou mesmo atingidas por um criminoso. Lembro do desespero dessas pessoas em tentar sobreviver. Ao lembrar dessas imagens fico ainda mais triste ao perceber que alguém escolheu tentar contra a própria existência, mesmo sabendo que estamos em um mundo de muitas oportunidades.
Pensando em oferecer oportunidades de resistir a esse impulso, apresento um breve trecho de uma recente matéria publicada no site:
http://www.buyandhold.com.br/resiliencia-mental-6-tecnicas-dos-seals-da-marinha-americana/
Os SEALs da Marinha Americana são admirados no mundo inteiro. Não apenas pela capacidade técnica e por ter sucesso em praticamente todas as missões que eles participaram. Eles também são admirados pela resiliência mental de seus integrantes.
A seleção para se tornar um SEAL é de fato desumana. O motivo é que estes soldados devem ser treinados até o limite, porque no meio da guerra, ninguém pode deixar o companheiro para trás, ninguém pode abandonar o barco e pensar somente em si.
Apenas os mais fortes sobrevivem. Eles nadam com tubarões, pulam de helicópteros em alto-mar, entram em casas com terroristas armados até os dentes… como uma pessoa sem resiliência mental se daria bem em missões desse tipo?
As iniciais do nome SEALs se dá graças a incrível capacidade da equipe operar de forma especializada no mar (Sea), no ar (Air) e em terra (Land).
O blog MarketMeditations listou seis técnicas mentais dos SEALs que fazem com seus integrantes sejam indivíduos com maior resiliência mental deste planeta.
Técnica #1: Coma o Elefante
Os SEALs usam esta pergunta para ensinar esta primeira técnica: Como você comeria um elefante?
A resposta correta é: com uma mordida por vez.
Ao encontrarmos uma tarefa assustadora — correr uma maratona, ir bem em uma prova difícil, criar uma empresa, ou conversar com aquela mulher bonita do bar — normalmente ficamos com medo e desistimos antes mesmo de tentar. Mas os SEALs tem uma solução…
A palavra é segmentação. Divida o elefante em partes que cabem na boca. Deu pra entender né? Basta dividir o problemão em pequenos probleminhas. Evite pensar no problema como um todo para não ser desestimulado. Foque nas partes e pense em concluir estas pequenas tarefas.
Parece óbvio mas muitos desistem por ficarem desanimados. Tenha foco e terá resiliência mental.
Muitos ultramaratonistas e tri-atletas utilizam esta técnica. Eles focam na próxima prova — e não em ser o número 1 do ranking. A evolução ocorre aos poucos.
Aplicação prática: divida a grande tarefa em pequenas tarefas, de preferência em tarefas que cabem em um dia. Evite pensar no todo para não desanimar.
A matéria apresenta mais cinco técnicas utilizadas pela força especial para formar a resiliência de seus combatentes. Vale a pena pesquisar.
Pessoas com propensão ao suicídio não costumam buscar auxílio. É importante que cada um de nós faça a sua parte, procure observar seus amigos e familiares, converse com eles e mostre que por mais difícil que o problema pode ser, SEMPRE HÁ UMA SAÍDA. Valorize a vida! Vamos mudar essa triste estatística. Contem com a Polícia Militar e a Guarda Municipal.
Como sempre digo, a Segurança Pública é dever do Estado, mas responsabilidade de todos!
Lembre-se sempre: Cidadão atento é cidadão seguro! Segurança Pública é responsabilidade do Estado e dever de todos. Ajude a Polícia fazer seu serviço, com medidas que você pode adotar!
Rafael Cambuí
Capitão de Polícia
Comandante da Polícia Militar de Paulínia e membro permanente da Associação Internacional dos Chefes de Polícia com sede nos EUA.